quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Cruz? E eu com isto?

“Certo homem de Cirene, chamado Simão, pai de Alexandre e de Rufo, passava por ali chegando do campo. Eles o forçaram a carregar a cruz”. – Mc 15.21
O texto de Marcos no capítulo 15 vai nos falar de um momento muito ímpar na história da humanidade. Nunca em nenhum momento da nossa existência, Deus havia se tornado tão frágil. Todo-poderoso e ao mesmo tempo frágil. Não por imposição das circunstâncias, mas exatamente por ser o Senhor delas. Somente possuindo o senhorio da história, alguém optaria por sofrer tamanha dor e humilhação podendo não passar por isso. Certamente todos os que haviam sido crucificados, não tiveram escolha. Certamente se pudessem, teriam se livrado daquele terrível castigo. E exatamente aí que está a diferença. Jesus podia. Ali estava aquele que esteve presente antes da criação de todas as coisas. Aquele através do qual tudo foi criado. Aquele que amou tanto sua criação que se sujeitou a ela a fim de salvá-la. Jesus deu muitas provas de seu poder durante seu ministério. Poder sobre doenças, sobre a natureza e poder sobre os demônios. E agora estava demonstrando o poder do amor sacrificial. Tudo aquilo que desafiava os homens, Jesus venceu. Muito mais fácil seria vencer aqueles soldados, muito mais fácil seria vencer o império. Mas ele escolheu o mais difícil. Preferiu vencer a cruz, vencer a morte e os nossos pecados. Sofria sendo inocente para que nos tornássemos inocentes. E nesta hora surge uma figura interessante. Simão, uma pessoa comum, uma pessoa do povo que vinha do trabalho, mas que teve sua história mudada ao encontrar Jesus. Olhando para Simão vemos um homem de Cirene. Segundo os estudiosos, um lugar da África. Simão não era daquele lugar, mas ao se aproximar de Jesus foi convocado a carregar a Cruz. Isaías diz que o “castigo que nos traz a paz” estava sobre Jesus. Aquela cruz não era de Jesus, ela era nossa. E uma vez no caminho do Gólgota, Simão carrega um pouco do nosso fardo. Este estranho acontecimento nos traz uma lição preciosa para nossa vida: Não há como estar no caminho de Jesus sem carregar o peso dos outros. E esta não é uma verdade muito bem vinda em nossos dias. Vivemos em uma época em que cada um tem se preocupado somente consigo. Quantos de nós só temos olhos para a nossa carreira, para os nossos estudos e para nossas ocupações. As pessoas até ajudam as outras, desde que isto não lhes traga algum tipo de dor e sofrimento. É muito mais fácil, por exemplo, contribuir financeiramente para uma campanha do que estar presente na vida dos que sofrem. Mas ao olhar para Simão, descubro que estar no caminho de Jesus é se envolver com ele e com os outros. Ali, não importava qual era a sua história, ou a sua origem. O que importava era aquele novo destino. Caminhar com Jesus naquele momento era carregar a cruz até o destino final. Isto certamente lhe trouxe incômodo, isto certamente lhe trouxe dor. Provavelmente Simão passou muitos dias com dores nos ombros e nas costas por não ter ficado só assistindo a Jesus como muitos fizeram e ainda hoje fazem. Surge então algumas perguntas: Você pode dizer que está no caminho de Jesus? Quais têm sido suas prioridades? Você tem carregado a cruz ou tem sido como aqueles que simplesmente ficavam na multidão dos que assistiam? É importante lembrar que Simão não escolheu fazer aquilo. Sua vontade e seu coração não pediam pelo peso da Cruz. Mas se envolver com Jesus é agir em favor dos interesses do Reino de Deus e não da nossa vontade. Por isso, convido você a uma breve pausa agora. Deixe o Espírito Santo ministrar ao seu coração neste momento. Feche seus olhos, avalie sua vida, confesse seus pecados, suas omissões e tome uma postura renovada diante do Senhor Jesus nesta hora. Você está na multidão. Jesus está passando por você carregando uma pesada cruz. Seus olhares se cruzam e o que você faz agora? Se sentir o desejo, se ajoelhe e ore neste momento.Mas olhando para Simão novamente, vemos agora um chefe de família. O pai de Alexandre e Rufo. Sua família certamente o aguardava naquela hora. Certamente Simão esperava ser breve, dar somente uma “passadinha” para ver o condenado, mas o tempo que esteve ali foi maior do que esperava. Algo novo estava acontecendo. Aquele homem comum ao se encontrar com Jesus passou a fazer parte da História. Hoje, tendo passado aproximadamente dois mil anos, conhecemos o seu nome e sabemos o que ele fez. Sem dúvida ao chegar em casa, Simão teve de dar algum tipo de explicação, pois ele havia rompido com uma rotina. Simão agora tinha uma história tremenda para compartilhar, sua vida não era mais a mesma. Ele havia vivido uma experiência impactante com Jesus. E nesta hora é importante ressaltarmos que esta experiência só foi vivida, por que ele carregou a cruz que não era a dele. Muitas vezes vivemos uma vida espiritual rotineira, parece que tudo é sempre a mesma coisa. O tempo passa e com ele vem o cansaço espiritual. O esfriamento começa a chegar e os cânticos e as pregações já não fazem tanta diferença pra nós. Quando isso acontece, é preciso ficar alerta. Algo está errado, algo está faltando e o rumo de tudo isso se chama destruição. E nessa hora o pecado já não incomoda tanto e o afastamento de Deus vai se tornando uma realidade. Pense comigo, Simão poderia estar junto com o povo que se reunia para ver Jesus, poderia até pensar em seu coração: “Aquele homem é um Rei”, mas sua vida só foi transformada quando se envolveu com a nossa cruz. Da mesma maneira, podemos estar junto com aqueles que se reúnem para estarem mais próximos de Jesus, podemos até crer que ele é Deus, mas nossa vida só vai ser mudada quando carregarmos a cruz dos outros. Você está na rotina? Carregue a cruz das pessoas! Você quer ter experiências com Deus? Carregue a cruz das pessoas!! Você quer ter suas forças renovadas? Carregue a Cruz das pessoas!!! Você quer estar pertinho de Jesus? Simão esteve mais perto do que qualquer um, porque carregou a cruz que não era a dele. Preste atenção, não estou falando aqui para se carregar a cruz só dos irmãos em Cristo ou de um grupo em particular. Aquela cruz era a cruz de quaisquer tipos de pessoas, pois Jesus morreu por todos. Cruz simboliza dor e sofrimento. Tudo o que traz dor e sofrimento na vida daqueles que te rodeiam são cruzes. Pare por um minuto. Quem você conhece que está passando por uma dor ou sofrimento nestes dias? O que você pode fazer para ajudá-los? Ajude-os a carregar estas cruzes e você será impactado pelo poder de Deus. Seu nome fará parte da história de Jesus assim como o nome de Simão também fez. Você tem algo a dizer ao Senhor sobre isto? Se tem, faça uma oração neste momento.Um terceiro aspecto que quero destacar para você neste momento é o fato de que Simão estava “chegando do campo”. Isso mesmo, ele estava vindo do trabalho. Um trabalho penoso e cansativo. Certamente estava esgotado e ansioso para chegar em sua casa e ver sua família novamente. Mas foi chamado a carregar a cruz mesmo neste estado. Ao ser convocado, Simão poderia se justificar dizendo aos soldados: “olha eu estou muito cansado para carregar esta cruz” ou “Chame outra pessoa, eu tenho um compromisso em casa nesta hora” ou até mesmo dizer “Esta cruz é muito pesada para mim”. Mas a verdade é que ele não foi convidado a carregar a cruz. Ele foi convocado. Muitos evangélicos hoje “curtem” apenas uma parte do evangelho. Como muitos daquela época, participaram de momentos em que buscavam cura, libertação ou mesmo ouvir seus ensinos. Mas na hora da cruz, não se fizeram presentes. A história de Jesus nos convoca a carregar uma cruz. Não há como olhar todo aquele sofrimento inocente e não ser confrontado por aquilo. Jesus deu sua vida por nós e nos comprou com seu precioso sangue e por meio daquele sacrifício, passamos a ser propriedade de Deus. E eu não sei se Simão já havia visto muitas crucificações ou se aquela era a primeira, mas uma coisa é certa: a crucificação de Jesus fez diferença em sua vida e nenhum dos seus motivos retirariam a cruz de Cristo de suas costas naquele momento. E se a morte de Cristo faz alguma diferença pra nós, não temos outra escolha a não ser nos envolvermos com as pessoas por quem Cristo morreu. O que você tem apresentado como motivo para não carregar a cruz? Se Cristo estivesse passando agora por você com aquela pesada cruz e visse você sendo convocado a ajudá-lo você teria coragem de olhar para ele e dizer este motivo? O que você tem a dizer ao Senhor Jesus neste momento sobre isto? Tenho algo a te dizer: o encontro com Jesus está se dando agora, pois ele está exatamente aqui. Você tem algo a dizer a ele? Então feche seus olhos e ore novamente.Para finalizar, quero te lembrar de uma coisa nesta hora. O final do versículo nos diz que Simão foi “forçado a carregar a Cruz”. Se o Espírito Santo ministrou sobre você a necessidade de carregar a cruz verdadeiramente, então saiba que isto não é natural a nós. Somos pecadores e nossa natureza carnal trabalhará arduamente para que não vivamos a mensagem da Cruz. Mas lembre-se que Deus opera nas nossas fraquezas. O fato de saber que isto não é natural a você é o meio pelo qual Jesus te lembra que por mais que a Cruz seja pesada, Ele estará ao seu lado assim como permaneceu ao lado de Simão. Você não está sozinho. Jesus intercedeu por você (veja João 17:20-26), o Espírito Santo está em você (veja Efésios 1:13,14) e Jesus está com você todos os dias até a consumação dos séculos (veja Mateus 28:20). E nos momentos de maior dificuldade, lembre-se sempre que a cruz não foi o final da história, mas apenas uma parte dela. Após a cruz, veio a ressurreição daquele que um dia voltará para nos levar a sua santa presença aonde viveremos totalmente felizes por toda a eternidade!!!
Você pode dizer amém???
Um forte abraço e que O Senhor te abençoe!!!
Gilsane Freitas

Mensagem extraída do Site do meu amigo - Pastor Rodrigo Gonçalves
http://www.rodrigogoncalves.xpg.com.br/

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